A nova presidente da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Mariana Lisbôa, é uma das palestrantes do I Fórum ESG Salvador que o jornal Correio* e o portal Alô Alô Bahia realizam em 12/05, no Porto de Salvador (Comércio). Primeiro encontro neste formato realizado na capital baiana, o evento contará com a participação de especialistas com ampla experiência em questões ambientais, sociais e de governança corporativa. As inscrições devem ser feitas gratuitamente através do bit.ly/IESGFórumSalvador.

Serão cinco blocos, formados por palestras e painéis, em que nomes de destaque na pauta ESG vão tratar de temas como “Importância da Governança Corporativa no desenvolvimento das empresas”, “Práticas socioambientais e diferenciais competitivos na indústria” e “Diversidade acelerando negócios inovadores”.

Para Mariana Lisbôa, que ainda é líder global de Relações Corporativas da Suzano, ESG significa produzir em equilíbrio com tudo ao redor: as pessoas, a natureza e as normas que regem os negócios. “Harmonizar as relações que fazem parte desse tripé que é o desafio”, ressalta a executiva, que participará do painel “Agenda ESG em setores econômicos”.

De acordo com Mariana, a Suzano é a primeira empresa no Hemisfério Sul e segunda no mundo a fechar a emissão do ‘sustaintability-linked-bond’, um título atrelado ao atingimento de metas sociais e ambientais. Entre seus compromissos, tem metas a longo prazo, como a remoção de 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, apoio à retirada de 200 milhões de pessoas da linha da pobreza e oferta de 10 milhões de toneladas de produtos de origem renovável para substituir materiais derivados de plástico e petróleo.

Em linha com seu compromisso com operações sustentáveis, a Bracell patrocina o evento. “O apoio é coerente com o nosso compromisso de adotar melhores práticas de gestão ambiental, social e de governança na empresa e, ao mesmo tempo, estimular o debate em diferentes esferas da sociedade. Quanto mais pessoas e organizações atuarem em linha com conceitos preconizados pelo ESG, mais conexões são formadas e, consequentemente, mais modelos de gestão de alto nível são implantados beneficiando as comunidades, o meio ambiente e a própria empresa. Nosso propósito é o de que nosso negócio deve ser bom para a comunidade, o país, o clima e o cliente, pois, só assim, será bom também para a empresa”, afirma Fábio Góis, gerente de Comunicação da Bracell Bahia.

De acordo com ele, o modelo de governança da empresa incentiva decisões de negócio interdependentes e compatíveis com sua missão, visão e valores, todos pautados pelo compromisso com a sustentabilidade. “Não há como ser sustentável sozinho. A sustentabilidade pressupõe envolvimento e engajamento dos múltiplos agentes sociais que se relacionam com a empresa, e isso perpassa pelo uso responsável dos recursos naturais, pelo respeito às pessoas da nossa região e pela gestão orientada pela ética nos negócios”, acrescenta.

A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. A ABAF fomenta a pesquisa, investe na coleta e tabulação de dados, a exemplo do relatório Bahia Florestal. A indústria de base florestal usa a madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, energia, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. A madeira utilizada é plantada e é considerada uma matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente. Tem como associados: Bracell, Caravelas Florestal, ERB, Ferbasa, Floryl, JSL, Komatsu, Proden, Suzano, Venturoli, Veracel e 2Tree. E coopera com quatro regionais – Aiba, Aspex, Assosil, Sineflor – nos principais polos produtores do estado; as quais vinculam pequenos e médios produtores e processadores de madeira locais.

 

Alguns dos impactos positivos do setor florestal

 

  • O setor de base florestal planta 1 milhão de árvores todos os dias no Brasil. São 10 milhões de hectares (ha) produtivos, nos quais são plantadas, colhidas e replantadas árvores para entregar biossoluções à sociedade. Das árvores tudo se aproveita: tronco, casca, galhos, tocos, além de darem origem a outros produtos não madeireiros, como essências, resinas, mel etc.
  • Esta área plantada corresponde a cerca de 1% do território do país, mas é responsável por 95% de toda a madeira produzida para fins industriais. Vale lembrar que os plantios florestais são feitos em áreas já antropizadas ou sem vocação agrícola para outras culturas, com zero desmatamento.
  • Com o uso da técnica de mosaico florestal, as empresas de base florestal intercalam estas áreas com finalidade industrial com mais 6 milhões de ha destinados para conservação. Isto auxilia na manutenção de um solo fértil, no cuidado com a água e na preservação da biodiversidade. Pelas áreas das empresas de base florestal já foram avistados 38% dos mamíferos e 41% das aves ameaçados de extinção no Brasil.
  • A Bahia está em sintonia com este cenário. No estado são 618 mil ha de plantações florestais e 330 mil ha de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Por aqui são plantadas 250 mil árvores por dia.
  • A madeira cultivada é matéria-prima renovável de cerca de cinco mil produtos que usamos no nosso dia a dia. São produtos que possuem origem renovável, são recicláveis e biodegradáveis. E vão desde os mais evidentes, como papel e móveis, até produtos de beleza, medicamentos, alimentos e roupas. Outros, porém, estão sendo sempre desenvolvidos numa clara demonstração de investimento em inovação e tecnologia.
  • As árvores cultivadas têm ainda um papel fundamental na mitigação da mudança do clima, especialmente por remover e estocar carbono nas florestas e nos produtos, além de evitar emissões ao prover produtos e serviços de origem renovável, em detrimento aos de origem fóssil ou não renovável. Tudo isto coloca o setor no lado certo da equação climática. Juntas, áreas de cultivo e conservação, no Brasil, estocam 4,5 bilhões de toneladas de CO2 eq. Isso equivale a três vezes mais que a emissão estimada do país por ano.
  • O setor de árvores cultivadas movimenta o comércio e os serviços locais dos municípios onde estão instalados os plantios, bem como as indústrias e toda a cadeia de suprimentos que faz desta uma das atividades que mais tem contribuído para a transformação social e econômica de diferentes regiões da Bahia.
  • Os investimentos das empresas viabilizam projetos socioambientais, P&D florestal e industrial, iniciativas de logística (portos, estradas, pontes, barragens etc.), bem como qualificação de mão de obra e foco na contratação e compras nos próprios municípios (ou região). Voluntariamente, na Bahia, o setor investe mais de R$ 40 milhões/ano em projetos socioambientais que beneficiam pequenos produtores e comunidades, atingindo 211 municípios e mais de 600 mil pessoas.
  • O setor de base florestal na Bahia tem alavancagem e alavanca diversos outros importantes segmentos econômicos. É forte a integração e o atendimento da demanda das seguintes cadeias produtivas que consomem madeira em seus processos: mineração, construção civil, têxtil, papel&celulose, energia, agronegócio (secagem de grãos), carvão vegetal, movelaria, pisos laminados, entre outros.
  • O segmento é uma força geradora de empregos no país, impactando 3 milhões de pessoas direta e indiretamente. Na Bahia, o setor gera renda de forma direta, indireta e de efeito renda para 222,7 mil pessoas. Além disso, contribui para uma maior qualificação de mão de obra, para a fixação das pessoas no campo, empregos de qualidade e investe diretamente na educação profissional e no empreendedorismo nas comunidades.
  • O setor promove a diversificação e a sustentabilidade das atividades rurais com a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira. Comunidades empreendedoras e assentamentos sustentáveis também fazem parte da cadeia produtiva com produtos madeireiros e não madeireiros. Esta integração visa ainda o uso múltiplo da madeira e o estímulo ao modelo Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF).