Baseado nos eixos crescer, distribuir, inovar e competir, o Plano de Desenvolvimento Integrado da Bahia (PDI 2035) foi discutido em 6/11/17, entre governo, universidades, sindicatos, indústria, comércio e sociedade civil, em Salvador. A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) foi uma das convidadas e foi representada pelo seu diretor executivo, Wilson Andrade.

Pensar a Bahia até o ano de 2035 com estratégias que contemplem os diversos segmentos da sociedade é o grande desafio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Secretaria de Planejamento (Seplan) e Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). O objetivo é romper um histórico de 40 anos abaixo de 50% da renda per capita nacional.

Descentralizar a economia da capital e região metropolitana, redistribuir a renda e os empregos para o interior são alguns dos desafios que devem ser superados. “Substituir as importações por produtos produzidos aqui na Bahia e rastrear toda a cadeia produtiva dos principais setores que alavancam o PIB do Estado são alguns dos exemplos que irão compor este ciclo de estudos deste planejamento à longo prazo”, explica a Superintendente de Políticas Púbicas da SDE, Maria Lúcia Falcón.

Estes primeiros debates apresentam questões cruciais para o crescimento sustentável do estado nas áreas social, econômica e política.  “O Codes elaborou um calendário de seminários temáticos, que começam em novembro e terminam em dezembro com os temas Infraestrutura, Formação, Ciência e Tecnologia, Mundo Rural e Recursos Hídricos, Segurança Pública e Direitos Humanos e Petróleo e Gás”, afirma o coordenador executivo do Codes, Jonas Paulo. Os encontros deste ano estão previstos para acontecer nos municípios de Juazeiro, Barreiras, Irecê, Alagoinhas, Feira de Santana, Guanambi, Vitória da Conquista, Itabuna, Eunapólis e Salvador.

Já o titular da SDR, Jerônimo Rodrigues, comentou a importância do evento, em que se aglutinam forças internas e externas do estado da Bahia, que incluem tanto empresários quanto prefeituras e movimentos sociais, para dialogar para além dos quatros anos do Plano Plurianual (PPA). “Um estado com as dimensões  da Bahia necessita pensar um plano de desenvolvimento a longo prazo. São diversos temas relevantes, mas é importante incluir nesse debate a economia familiar, tanto na área rural, como a economia solidária, na área urbana”.

Dando destaque para um dos mais competitivos e promissores segmentos do agronegócio da Bahia (e Brasil), o florestal, Wilson Andrade informou que o setor se coloca mais uma vez em primeiro lugar no montante das exportações da Bahia. De acordo com dados disponibilizados pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a Bahia exportou U$S 6.8 bilhões em 2016. O setor florestal teve participação de 18%, com U$S 1,2 bilhão. Na sequência, outros setores importantes como o de Química e Petroquímica, com 13% (U$S 880 milhões); o setor de Cobre e outros Metais com 12% (U$S 816 milhões) e o de Produtos do Agronegócio com 11,4% (U$S 780 milhões). “Além disso, nosso setor representa 5% do PIB estadual e gera mais de 200 mil empregos, entre diretos, indiretos e de efeito-renda, tendo como principal característica a descentralização da geração de riqueza. Nossos negócios estão presentes principalmente em quatro pólos: Litoral Norte, Sudoeste, Sul e Extremo Sul e Oeste”, acrescenta.

A série de diálogos com todas as esferas da sociedade permite que se construa um plano em que todos os atores sintam-se inseridos. “A Fieb apóia qualquer ação que traga a sociedade para discutir o seu futuro, assim como as possibilidades, as potencialidades, as limitações e a forma de superá-las. Certamente teremos um plano dinâmico e adaptável à realidade”, desta o diretor da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Vladson Menezes. O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Bahia (Fetraf-Bahia/CUT), Rosival Leite, espera que o PDI ajude a desenvolver ações com os pequenos agricultores e os enxergue como um vetor de desenvolvimento para o Estado. Alguns estados brasileiros já possuem seus planos de desenvolvimento a longo prazo, como Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Rio de Janeiro.