ABAF lidera debates nacionais sobre ‘Economia do Mar’

Por Eduardo Athayde

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12 de Dezembro de 2024

Quando o filho de imigrantes ucranianos, Max Feffer e o químico Benjamim Solitrenick revolucionaram a fabricação da celulose no mundo, com a descoberta do potencial da fibra curta do eucalipto, por meio de pesquisas realizadas na Universidade da Flórida, no início da década de 50, iniciou-se uma nova era para os negócios das florestas plantadas no Brasil.

Quarenta anos depois, o industrial suíço Stephan Schmidheiny fundou o respeitado World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), reunindo um grupo de empresários internacionais que, focados na sustentabilidade dos seus negócios e do planeta, tiveram participação ativa na Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. Fatos aparentemente distantes no tempo e no espaço se entrelaçavam, tecendo as regras inexoráveis da sustentabilidade.

Articulados com Schmidheiny, 50 líderes empresariais transnacionais lançaram mundialmente, em 1992, o livro Changing Course: A Global Business Perspective on Development and the Environment, com estudos de casos de negócios de última geração - econegócios - que começavam a afetar o mundo, gerando lucro social, econômico e ecológico de forma integrada – essência da Governança Socioeconômica e Ambiental (ESG) que viralizou com a força da ‘eco-nomia digital global’.

A Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (ABAF), concebida pela ‘Inteligência Natural Generativa’, foi fecundada e nasceu nesse contexto, filha de arrojados empresários pensadores que anteviam e investiam no futuro. Hoje, além de focar apenas na floresta plantada, enxerga também as chamadas ‘reservas legais’ como um lucrativo econegócio, sabendo que a imperiosa preservação dá lucros, conversando diretamente com o WBCSD.

Com o DNA inovador, a ABAF é beneficiada pelo fato de a Bahia ser único estado brasileiro com cinco biomas distintos: Cerrado, Semiárido, Mata Atlântica e mais os biomas Costeiro e Marinho - conhecido como Amazônia Azul (5.7 milhões de km2), usado pelo Brasil, como maior exportador de celulose do mundo, para escoar a sua produção. A economia do mar começa na terra.

Celebrando 20 anos, a ABAF, sediada em Salvador – declarada juntamente com a sua baía mãe, como Capital da Amazônia Azul – lidera os debates na indústria de base florestal do país sobre a ´Economia do Mar´, que gera cerca de R$2 trilhões/ano, valor equivalente ao gerado pela agricultura (na Bahia, gera cerca de R$ 80 bi/ano) sendo, parte desse valor, derivado da exportação de produtos florestais. Com a velocidade que se articula, e inova, como estará essa Associação quando completar a maioridade?

Eduardo Athayde é diretor do WWI no Brasil. eduathayde@gmail.com


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